30 de mar. de 2009

The World Is Blind

Eu estava a folhear uma revista essa manhã, e me deparei com a seguinte frase 'Quando agente se acostuma com um problema, não quer dizer que ele deixa de existir.' Essa frase poderia ser atribuída a mil situações, mas a publicação era voltada para um programa social.

Após alguns minutos refletindo sobre a frase e sobre opiniões minhas é que notei o quão real essa frase havia se tornado, e como aparentemente alguns problemas deixaram de 'existir'.

Ninguém mais se espanta ao ver cenas de crianças morrendo de fome, seja na África ou na esquina da sua casa. Ninguém mais se indigna com a corrupção no governo brasileiro, seja o Governo Municipal, o Governo Estadual ou o Governo Federal. Ninguém mais se desespera com a violência crescente, na China, na Alemanha ou na praia de Ipanema. Ficamos todos acostumados a esses probleminhas, e eles deixaram de existir. Absurdo.

Que mundo cego é esse que ignora crianças passando fome? Uma criança, que é o ser mais indefeso e desprotegido que já foi criado, um serzinho que não tem nenhuma noção de como 'se virar' na vida. Uma criança não sabe caçar minha gente, não sabe cozinhar, não tem instrução nenhuma. Ela depende única e exclusivamente de adultos para que ela possa se desenvolver. E, em relação a isso, muito pouco é feito.

Que país é esse que se deixa ser explorado pela pequena minoria governamental? Não estamos mais em 1600 e o Brasil não é mais colônia. Temos poder de voto, movimentamos o país e somos a maioria. O país não cresce sozinho, não é feito só de governantes. Estes são apenas a representação do povo, do pobre povo brasileiro - ressaltando que o pobre nesse caso designa pobreza de consciência, e não de riquezas. - Enquanto esse quadro não mudar, podemos esquecer a idéia de que o Brasil é o país do futuro. E, em relação a isso, muito pouco é feito.

Que sociedade é essa que rouba, sequestra e mata pessoas inocentes? Somos ditos civilizados e ainda assim insistimos em agir como animais. A violência existe porque permitimos a existência dela, porque alimentamos essa existência. Pacificidade é para fracos. Trabalhar pelo seu dinheiro é para perdedores. Por que me desgastar se meu vizinho pode fazer isso por nós dois? Fora o pensamento egoísta, temos também a ineficiência dos órgãos públicos que cuidam da punição dos crimes. Ineficiência essa que é gritante na nossa querida terra do futebol. Não se pode mais sair nas ruas em paz. E, em relação a isso, muito pouco é feito.

Ainda que aqui trato apenas de alguns dos problemas 'inexistentes' do mundo atual. Se olharmos em volta perceberemos muitos mais, e muito mais próximos do que pensamos. Porém, em relação a isso, quase nada é feito.

21 de mar. de 2009

Life Is Cheap

Meu pai foi demitido, após trabalhar 32 anos na mesma empresa. Trabalho por anos no turno da noite, trocava de turnos a pedido da empresa duas vezes por semana. Perdia o sono, desrregulava seu horário biológico. Ele construi a vida em torno da empresa, foi decepcionante ver que o final dessa história não seria a merecida aposentadoria, mas sim um 'vá pro olho da rua'.

O ocorrido me fez perceber o nosso valor perante o mundo. Temos valor algum, a não ser para os poucos conhecidos. E você é obrigado a servir o mundo por toda sua vida, trabalhar, estudar, se submete a situações que são constrangedoras para apenas poder sobreviver. Qualquer sentido que a vida possa ter é eliminado para sustentar o lucro dos maiores, e continuar girando a máquina do Capitalismo. - Acho que nesse ponto vale ressaltar que não sou socialista/comunista, mas definitivamente não sou capitalista. Anarquista, talvez. - O Capitalismo acaba transformando os seres humanos em números, e a vida é subjulgada e perde totalmente seu valor.

Isso está já tão fortemente implantado em nossas mentes que associamos sucesso com dinheiro, felicidade com bens materias. Você tem que sair do colégio e entrar na faculdade, ter uma profissão respeitada - que dê dinheiro -, uma casa grande, carro do ano, as últimas novidades tecnológicas. Quem não mantém esse padrão de vida é considerado um fracassado, alguém que não conseguiu ser ninguém na vida. Estranhamente somos todos 'niguéns' nesse mundo, facilmente descartados, baratos e sem importância como ser humano. E aceitamos tudo isso como o crème de la crème, e os que alcançam isso consideram-se a cereja do topo do bolo.

Ai que eu me pergunto: quanto vale uma vida? Vale o quanto seu dono puder pagar por ela, o quanto de lucro ele gerar, quão rico ele será. Ou seja, não vale nada.

19 de mar. de 2009

Apresentações Rápidas

Não vejo a necessidade de apresentações, sou quem assina as postagens, a mente por trás das idéias. Não um anônimo, e sim mais um oculto. Oculta, na verdade. A proposta desse blog não é ser uma bula, tratar de um assunto específico ou ser um diário. Esse blog tem como proposta única ser livre para navegação dos meus pensamentos, um registro físico dos mesmos. Há de interessar a quem quer que seja, ou há de ser inútil. A questão, acima de tudo, é não deixar de escrever...