21 de mar. de 2009

Life Is Cheap

Meu pai foi demitido, após trabalhar 32 anos na mesma empresa. Trabalho por anos no turno da noite, trocava de turnos a pedido da empresa duas vezes por semana. Perdia o sono, desrregulava seu horário biológico. Ele construi a vida em torno da empresa, foi decepcionante ver que o final dessa história não seria a merecida aposentadoria, mas sim um 'vá pro olho da rua'.

O ocorrido me fez perceber o nosso valor perante o mundo. Temos valor algum, a não ser para os poucos conhecidos. E você é obrigado a servir o mundo por toda sua vida, trabalhar, estudar, se submete a situações que são constrangedoras para apenas poder sobreviver. Qualquer sentido que a vida possa ter é eliminado para sustentar o lucro dos maiores, e continuar girando a máquina do Capitalismo. - Acho que nesse ponto vale ressaltar que não sou socialista/comunista, mas definitivamente não sou capitalista. Anarquista, talvez. - O Capitalismo acaba transformando os seres humanos em números, e a vida é subjulgada e perde totalmente seu valor.

Isso está já tão fortemente implantado em nossas mentes que associamos sucesso com dinheiro, felicidade com bens materias. Você tem que sair do colégio e entrar na faculdade, ter uma profissão respeitada - que dê dinheiro -, uma casa grande, carro do ano, as últimas novidades tecnológicas. Quem não mantém esse padrão de vida é considerado um fracassado, alguém que não conseguiu ser ninguém na vida. Estranhamente somos todos 'niguéns' nesse mundo, facilmente descartados, baratos e sem importância como ser humano. E aceitamos tudo isso como o crème de la crème, e os que alcançam isso consideram-se a cereja do topo do bolo.

Ai que eu me pergunto: quanto vale uma vida? Vale o quanto seu dono puder pagar por ela, o quanto de lucro ele gerar, quão rico ele será. Ou seja, não vale nada.

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